Eu nao gosto de animais de estimação: cachorros, gatos, periquitos, tartarugas, o que seja.
Não me entendam mal. Não maltrato animaizinhos indefesos ou lhes desejo mortes cruéis. Só não gosto, não gosto, não gosto. E acho que tenho todo o direito do mundo. Me dá nojo uma pessoa dormir com um cachorro na mesma cama e depois passear pela casa com a roupa toda cheia de pelo. Me incomoda o cheiro que esses bichinhos deixam pela casa e que façam cocô na varanda. E, mais do que tudo, me incomoda os donos de bichinhos que acreditam que as outras pessoas não apenas devem achá-los o máximo, como compartilhar os mimos e cuidados. Ahhhh. ODEIO.
Acho que odeio mais os donos que os pobres bichos. São piores. É fato.
Na minha casa tem um cachorro odioso. E uma dona mais odiosa ainda. Porque tipo, o cachorro é irracional (poupem-me dos chiliques, please), mas a dona não (em tese). O cachorro não tem obrigação de saber que eu tô me lixando se ele fica cheirando a porta fechada do meu quarto. A dona tem obrigação de saber que o cachorro é dela, e que lhe toca cuidá-lo. E não a mim. Nesse momento da minha vida, tudo que eu menos preciso é um cachorro que exige do meu tempo. Tempo que eu não tenho, que se diga.
Eu já tive vergonha de dizer que não gosto de bicho. Passou. Não tenho mais o menor escrúpulo.
Algumas pessoas costumam me dizer: mas se vc não gosta de bicho como pensa ter filhos algum dia? Chego a considerar isso um insulto, sério. Crianças não são bichos e bichos não são crianças e a razão mais óbvia é que crianças crescem. E não. Não serei daquelas mamães que ficam doidas que os filhos cresçam pra ficarem “livres”. Se é pra ser dessas prefiro nem ter filhos. Eu só acho tão óbvio que uma criança crescendo é uma fonte inesgotável de surpresas. E que, à medida que cresce, o relacionamento com os pais se enriquece e aprofunda. Que não entendo como alguém pode comparar isso com ter um bicho.
E, sim, nisso eu sou extremamente egoísta. Me permito sê-lo. Sem culpas. Porque eu dou aos meus amigos, à minha família, aos que eu resolvi incluir na minha vida, um certo direito a me cobrar qualquer coisa: minha lealdade, minha amizade, meu tempo, minha solidariedade, minha compaixão, meu amor, meu cuidado, qualquer coisa. Mas um estranho não tem o direito de esperar nada. Simples assim. Eu posso dar algo de mim a um estranho. Costumo dar, inclusive. Mas não é um direito. Que fique claro.
E que haja estranhos que não apenas esperam que eu lhes ofereça muito de mim como, além do mais, esperam que eu ofereça muito de mim a seus bichos, me irrita de um modo que nem explico.
É isso. Um desabafo. Que vai ser extremamente mal compreendido e tergiversado. Nem ligo. No dia que eu não puder escrever o que quiser aqui, eu fecho.
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E porque eu adoro o frio, mas a primavera é a melhor estação....
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