Sempre fui aficcionada por mapas. Desde que consigo me lembrar.

Quando eu tinha uns 10 anos surpreendia as professoras e os coleguinhas por saber o nome de todas as capitais da Europa e Américas e conhecer o nome de mais cidades brasileiras do que todos os coleguinhas juntos.

Eu me divertia tentando imaginar como as pessoas de lugares tão isolados como Alasca ou Reykjavik viviam. O mundo sempre exerceu um enorme fascínio sobre mim.

Curioso é que, apesar de gostar de viajar pra caramba e fazê-lo até com certa freqüência, eu nunca ultrapassei fronteiras brasileiras. Nem pra ir ao Paraguai :-)

Nunca tivemos muita grana. Então essas coisas "pequeno-burguesas" de mandar os filhos pra Disney ou fazer intercâmbio nunca fez parte nem do imaginário, nem das conversas. Tipo: a gente só pensa no que pode ter.

E os meus pais são daqueles que não querem deixar carro, casa, seguro de vida, nada disso, para os filhos. Só uma boa educação na qual se investiu todos os recursos... e te vira.

Essa forma de pensar tem vantagens e desvantagens. É legal ser ensinado a correr atrás desde cedo, saber o que quer, estabelecer metas e perseguir. "Lute e colha os louros de seus próprios esforços". Por outro lado, é duro saber-se sem "costas quentes". Se é que vocês me entendem. Tipo, eu não podia planejar uma viagem ao exterior com pouca grana porque, caso algo desse muito errado, simplesmente não haveria a quem recorrer.

Isso me talhou para ser muito, muito independente: financeiramente, emocionalmente, e todos os outros -mente. Dos meus pais, dos meus irmãos, de todo mundo.

E essa independência também tem vantagens e desvantagens (assunto pra outro post!).


....


E agora eu vou. Para o exterior, quero dizer. :-)

E não podia ser mais perfeito porque eu vou de "costas quentes" e para o melhor lugar pra onde poderiam me mandar. Dá medo. Deve ser normal.

Eu não sou de sentir medo de muita coisa. Não tive medo de viajar só (inúmeras vezes), de morar só numa cidade onde não conhecia ninguém (4 anos e meio), de me aventurar.

Tenho medo da burocracia que emperra tudo. Funcionário público, sabe? E tenho medo de ir. Medo do desconhecido, do frio, do preconceito.

É! O preconceito me irrita, me enoja, me indigna...mas me atemoriza.


.....


No fim das contas, acho que o maior medo é esse: medo do conhecido.


***************************


Apdeite
Totalmente off topic:



As cervejarias brasileiras precisam aprender a fazer comercial pra Copa com os argentinos.

Mira isso que pesquei dela. O texto segue abaixo.





"Bendito sea el mundial con que soñamos, bendito cada nombre que ha sido designado, bendito los pibes que siempre sacamos, el peso de la historia, el respeto ganado, maldito sean los recuerdos dolorosos, maldita la impotencia, la injusticia que vivimos, el volvernos a casa cada uno por su lado, las finales sin jugar y quedarme en el camino, bendita la anestesia general a los dolores, la tristeza que curamos con abrazos, las gargantas que se rompen por los goles, el sentirnos los mejores por un rato, malditos los sorteos y los grupos de la muerte, los controles sin azar que asignaron nuestra suerte, malditos los mezquinos que juegan sin poesía, los que pegan, los que envidian, los que rompen y lastiman, bendito sea el orgullo con el que entramos a la cancha, el potrero y la pelota no se machan, la tv que repite la gambeta, inflar las redes de los otros, inflar el pecho de los nuestros, merecer la camiseta, los turistas, los cronistas, los sponsors, los amigos, el himno y las mujeres siguiendo los partidos, bendita las cabalas que dan resultado, las risas y el llanto que guardaremos tanto, y bendito ese momento que nos regala el fútbol, de poder cambiar nuestro destino y sentir otra vez y frente al mundo, lo glorioso y lo groso de ser argentino!"

Totalmente UAU!

E aqui outro da série Copa do Mundo. Arrasando, os hermanos. Percebem que os gols que eles fazem são sempre no Brasil? hohohohoho. Maioria, vá :-)

E eu que achava que nós éramos loucos por futebol!