Há tempos que estou devendo um post sobre isso. Começou quando li uma série de textos publicados aqui sobre o que seria uma mulher moderna. Os cometários foram dos mais variados. Desde "Vejo a mulher moderna como aquela que não descuida dos filhos mas divide as tarefas com o marido", "Que não descuida da beleza mas reclama quando o maridão cria pneu" a "Quero que alguém abra a porta, quero que um cara se responsabilize pela troca das lâmpadas, que abra as latas de palmito, que fale grosso, mas que seja firme sem nunca ser rude. Quero ter o direito de ser feminina, e não feminista. Ficar linda e cheirosa esperando o meu homem chegar em casa, mesmo depois de um dia de trabalho. É isso mesmo. Um dia de trabalho, porque disso não abdico" e "O conceito de mulher moderna? Batalhadora e frágil" Curiosamente, mesmo após as queimas de sutiãs em praças públicas, ou talvez por isso, a idéia que fica é que a mulher moderna é uma Mulher Maravilha. Aquela que, agora não apenas tem que cuidar da casa, como também tem que trabalhar fora. O parceiro, no máximo, ajuda, dá uma mãozinha, faz um favorzinho. A mulher moderna não tem o direito de decidir o seu futuro. Ela não tem o direito de ficar em casa cuidando das crianças, não tem o direito de recusar uma dupla jornada de trabalho. A mulher que fica em casa é mal vista, é considerada uma acomodada, apática, dependente, tudo, menos uma "mulher moderna". Se antes não tínhamos o direito de escolher a universidade, o mercado de trabalho, a carreira, hoje não temos o direito de não escolhê-los. Se foi a isso que o feminismo nos alçou, a ter uma dupla jornada, foi menos o avanço que se diz por aí e mais um retrocesso. A mulher moderna continua "caçando" um bom partido. Mas que essas intenções sejam ocultas, claro. "Não fica bem" para mulher nenhuma, mesmo que seja moderna, caçar um homem por aí. Ele deve ter a sensação que teve a iniciativa. As mulheres modernas continuam altamente competitivas como se ainda vivessem na época que dependiam de encontrar um bom partido para sobreviver (daí a idéia ridícula de que mulheres são péssimas amigas e homens sim, esses são bons amigos). A mulher moderna não conseguiu ainda ser boa mãe, boa mulher, boa profissional. Ninguém consegue ser 100% tudo. E, se o feminismo dizia que sim, mentiu. Não quero ser "frágil", não quero um homem que ache que não sei me cuidar sozinha, não quero um homem que pense que eu devo cozinhar, cuidar das crianças, agüentar um chefe mala e ainda estar linda, sorridente e com o jantar pronto quando ele chegar. Definitivamente, esse tipo de homem não me interessa. Também não desejo ser como as heroínas do Sexy and City (que todo mundo por aí adora e apenas eu e a Marie parecemos odiar): linda, bem sucedida, liberada, independente, mas que não sabe viver sem um homem. Mulheres modernas apenas são modernas até onde lhes convêm. Nas palavras do Alex Castro: "Na verdade, só não é moderna mesmo a mulher abusada e egoísta que quer apenas o melhor dos dois mundos. Aquela que se diz liberada e independente, mas que só aceita um homem que ganhe mais que ela ou que garanta a SUA independência financeira. Aquela que levanta o queixo e diz querer ser tratada de igual pra igual mas que se o homem não pagar a conta toda, fala mal dele pra todas as amigas e nunca mais volta à vê-lo. E sabe qual é o pior? Admitam ou não, quase todas são assim. Querem ter as oportunidades de um homem, mas mantendo os privilégios das avós - privilégios que as avós tinham JUSTAMENTE em compensação por não ter quaisquer oportunidades." Concordo em gênero, número e grau. |